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19/12/2017

Christian

Meu pior momento em cima da bike

Hoje vou contar para vocês sobre o dia que eu considero o meu pior momento em cima da bike, que foi na prova 3º Desafio das Araucárias em São Bento do Sul – SC.
A prova ocorreu em um domingo, dia 08 de outubro. Choveu a semana toda, e quando chega no domingo cedo, não deu outra… CHUVA!
Bateu aquela vontade de não ir…
Mas como já havia desembolsado com a inscrição era mais que obrigação a presença.
Então coloquei a bike no carro, busquei minha namorada e fomos encontrar os Brothers para ir rumo a São Bento do Sul, cidade vizinha de Rio Negrinho, onde moro.
Nesta prova eu correria nas duplas na categoria sport, a qual tinha um percurso de 55km e uns 1.200m de altimetria.
Aquecemos e fomos para a largada! Enquanto isso a chuva não dava trégua.

Largando para o pior momento!

Então largamos.
Quando entramos no estradão, bicho… era muita lama!!
Como o céu estava nublado e eu tenho apenas óculos com lente escura, optei por não utilizá-lo para que nos trechos com árvores ele não afetasse minha visibilidade.
Pior coisa que poderia ter feito… a todo momento precisava limpar os olhos por causa da lama que vinha da minha roda e da roda dos outros atletas, pior momento.
Após uns 5km se iniciou um dos meus pesadelos nessa prova.
Minha bike possui 3 velocidades na frente, e com a quantidade de sujeira que acumulava na corrente e nas coroas, a corrente travava em todas as subidas e eu não podia pedalar, tendo que parar para aí continuar.
Pensei várias vezes em largar a companheira barranco abaixo.
Era muita lama, muita lama mesmo! Subidas que precisávamos empurrar a bike e mesmo assim era difícil de subir, pois escorregávamos a todo momento.
Depois de uns 15 ou 20 km, não lembro ao certo, passamos pelo primeiro ponto de apoio.
Nos informaram que haveria um rio logo a frente onde poderíamos lavar a bike e, com isso, diminuir o sofrimento do pior momento.

Quando chegamos no riozinho…

Mano do céu…
O cara que entrasse molengo naquilo era capaz de ser levado pela correnteza, que loucura!
Eu nem arrisquei, já estava morto, era capaz de nem conseguir segurar a bike, coloquei ela no ombro e atravessamos a água.
Depois disso era morro que não acabava mais, topete depois de topete…
Nesse meio tempo, eu e meu parceiro estávamos sozinhos havia um tempo, até que encontramos mais algumas duplas, que jurávamos que eram da nossa categoria.
Foi aí que começou aquelas troca de olhares e sinais, dizendo: “ali nós atacamos, ali na frente largamos eles!”
BELEZA, É NÓIS!
Chegou no ponto que queríamos abrir distância e os home tiveram a mesma ideia… deram pau!
Pegamos um plano e ali tivemos que socar a bota para acompanhar as outras duplas…
Estávamos perto da quebra das categorias, SPORT para um lado e PRO para o outro.
Não deu outra… só eu e meu parceiro fomos pelo percurso da sport, nos matamos para acompanhar os outros e nem eram da nossa categoria.
Mas faz parte! Acontece no pior momento.
Depois disso veio novamente um período onde estávamos sozinhos… ninguém a frente e ninguém vindo atrás!
Foi aí que aproveitamos para comer algo. Porém, nesse momento percebi a pior coisa que eu poderia ter feito e foi o que estragou a minha prova e tornou este o dia mais difícil na bike, realmente o pior momento.
Levei apenas UMA barrinha de cereal para comer no trajeto. Beleza, mandei a barrinha pra dentro e continuamos!
Chegamos no segundo e último ponto de apoio, e como havíamos combinado antes da largada, não paramos… nossa ideia era ganhar o máximo de tempo possível!

Outro erro gigantesco

A partir do segundo ponto de apoio você não conseguia pedalar, tinha virado um atoleiro o percurso! Cara, era muita lama que o pé chegava a afundar por inteiro!
Faltavam cerca de 15km depois do segundo ponto de apoio. Não andei 5 e recebi aquela marretada! PREGUEI DE FOME!
Mano, que bosta!
Depois disso começou o terror da prova. Todo mundo passava pela gente, caí 3 vezes na lama devido a fraqueza.
A trilha piorava cada vez mais… chuva incessante… ou seja, se tornou um inferno o que era para ser um dia legal para mim!
Nesse dia eu tive a certeza que não importa se você conhece o ciclista ao lado, se vocês são adversários ou não…
Porque cara…
Recebi toda ajuda e motivação possível de quem passava por mim!
Recebi comida para me ajudar a terminar a prova, nos tombos recebi ajuda e olhares preocupados com uma possível lesão… bicho, a parceria no ciclismo é foda!
Me arrastei até a linha de chegada e terminei a prova.
Porém a tristeza e o desanimo eram tão grande, pois eu poderia ter evitado tudo isso.
Mas aí o cara acha que ta andando muito, que é elite e precisa de uma marretada dessa para entender qual o seu lugar.

Nem sempre sai como o planejado!

O importante é aprender com os erros e partir para a próxima!
Não faço nem ideia da colocação em que terminamos ou o tempo que levou.
Hoje o que guardo dessa prova como algo importante foi a superação e persistência, pois sem isso eu teria esperado o apoio chegar e com isso abandonado o desafio.
Essa história vale como aviso pra quem está iniciando nas competições assim como eu.
Dê a maior importância possível à alimentação durante o pedal, alimente-se bem e ouça o seu corpo. Não deixe o prego bater para aí buscar algo para comer.
Forte abraço e boas pedaladas!
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Por: Breno Karpen Kwitsch

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CHRISTIAN DRUMOND

Cardiologista, Pós graduado em Medicina do Esporte, Coach, Ciclista “Old School”, Apaixonado por MTB, e Fundador do Segredos do Mountain Bike.

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